O Irão e a Arte da Desinformação

Bandeira Iraniana

A ideia de que um ataque ao Irão, da parte dos Estados Unidos da América ou de Israel, é iminente; parece ser generalizada. Mas será que estas duas nações cairão na propaganda Iraniana?

O Irão está a desenvolver um programa nuclear, alegadamente para produzir energia. O Mundo acredita que o programa nuclear do Irão para a produção de energia vela um programa nuclear paralelo para uso militar e político.
É muito difícil acreditar no Irão, um país que ameaça consistentemente aniquilar Israel, assim como os seus aliados mais próximos; e por essa mesma razão, partilho da opinião do Mundo. Contudo, não pode ser descartada a ideia de que este assunto comece a cheirar a um fait-divert estratégico da parte do Irão e dos seus próprios aliados (daí a relutência em atacar a nação Persa).

Desinformação Iraniana
O Irão sabe bem que o seu programa nuclear ainda não está completo; contudo dissemina informação acerca do seu alegado poder e intenções por motivos políticos e estratégicos.
É vital para o Irão levar o Ocidente (com a ajuda de Israel) a atacá-lo por dois motivos: 1- para enfraquecer ainda mais a Economia Ocidental (o Ataque #2; já que o Ataque #1 foram as guerras do Afeganistão e do Irão, que quase arruinaram as economias Ocidentais), 2- re-unificar o povo Muçulmano no Médio Oriente contra o Ocidente e, contra o Espantalho favorito do Irão, Israel (a Primavera Árabe revelou que as pessoas na região desejam uma democracia sob o modelo Ocidental, com todas as suas regalias; o que eventualmente resultaria em acordos de paz com os Sionistas).
Esta última razão é tão verdade que um representante do Hezbollah, Sheikh Naim Qassem, numa rara entrevista à Reuters, continuou a propaganda Iraniana de medo/provocação:

Medo: “A América sabe que se houver uma guerra no Irão, ela ignificará toda a região, sem limites de fogo” 
Provocação: “Os critérios da América em relação às revoluções Árabes não são uniformes e nada têm a ver com os direitos humanos e a democracia.” e “(…) A América  tem reservas por causa dos perigos que esta guerra comporta e por causa das eleições (presidenciais) deste ano,”

Medo: “Israel poderia começar uma guerra...mas desconhece a escala das consequências e é incapaz de as controlar.”
Provocação: “Israel, só, não tem capacidade nem coragem para declarar guerra ao Irão (…)” 
(Traduções de Max Coutinho)

O Irão está a usar todos os seus amiguinhos para intrincar a trama: o Sírio Al-Assad, em vão, agarra-se ao poder para dar a impressão de que luta contra o "tumulto provocado pelos EUA"; Ishmail Haniyeh (o líder do Hamas), no mês passado, jurou no Irão que a sua organização "jamais reconhecerá Israel" e o Presidente Abbas, no Qatar também no mês passado, acusou o Espantalho de "tentar obliterar a natureza Árabe, Muçulmana e Cristã de Jerusalém" - a coisa não se poderia tornar mais política que isto e o timing é perfeito.

O mandato de Ahmadinejad está quase a chegar ao fim, mas eu suspeito que ele tenha jurado a si mesmo que não sairía sem deixar a sua marca na História. Se ele fôr bem sucedido (i.e. se os EUA, Israel e aliados realmente cairem na armadilha e atacarem) então poder-se-á dizer que o Ahmadinejad é o maior Rei da Guerra de Informação do mundo; mas a que custo?

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