Blogagem Colectiva: 5ª Fase do Amor aos Pedaços, Reintegração




Quando o amor acaba, poderá ele ser reintegrado?
Para responder a esta questão, teremos de aprofundar o amor e, depois questionarmo-nos se alguma vez ele poderá acabar.

Segundo a Antiga Grécia, o amor expressava-se das seguintes formas:

Agape: amor puro, ideal, sem concupiscência. Para os que gostam de literatura; lembrem-se das cantigas de amor (em que o cavalheiro se dirige à mulher amada como uma figura idealizada, distante. O fiel vassalo está ao dispôr da sua senhora e transforma esse amor num objeto de sonho, distante, impossível).

Eros: amor apaixonado, sensual; concupiscente. Quando aliado à contemplação, passa à admiração pela beleza. Também se diz que Eros ajuda a reconhecer a beleza e contribui para a compreensão da Verdade Espiritual (i.e. o acto sexual, de tão sagrado, leva-nos a compreender a Verdade Espiritual, talvez pela da sua força procriadora).

Philia: amor virtuoso que inclui lealdade aos amigos, família e comunidade. Para que tenha um verdadeiro efeito necessita de virtude, igualdade e familiaridade. A motivação por detrás desta forma de amor é a praticidade (i.e. um ou ambas as partes beneficiam com o relacionamento).

Storge: amor dos pais pelos filhos.

Xenia: amor expressado através da hospitalidade.

Posto isto, o amor nunca acaba (já que, diariamente, é expresso de várias maneiras); o que acontece é que muda de forma; por exemplo:

  • Um casal pode-se apaixonar e, por mais que construa uma vida/ história em comum (iludindo-se que Eros se manifestou um dia), o seu amor não passou de Agape – de uma interessante cantiga de amor, sem aquele fogo sexual.
  • Um casal pode ter um desejo intenso um pelo outro e, apesar de nunca construirem um história/vida juntos (i.e. não fazerem uso de Agape, Philia ou Storge), quando se juntam compreendem o universo e a verdade da existência. Este casal viveu o amor sob a forma de Eros.
  • Um casal começa por sentir Agape. Com o passar do tempo e com a convivência, Eros começa a atacá-los. Possuem uma vida social optimizada com amigos leais, uma família próxima e involvem-se na comunidade; Philia desempenha um papel importante no campo das suas emoções. Têm uma penca de filhos (a vera expressão do seu Agape, Eros, Philia) e o seu amor por eles toma a forma de Storge. Participam em programas de intercâmbio cultural e recebem convidados estrangeiros na sua casa; permitindo que Xenia se expresse.

E estes são só alguns exemplos; por certo vós tereis muitos outros. Mas a questão é que o amor é como a água: não se parte, somente muda de forma conforme o recipiente no qual é vertido. O amor não se desintegra; e como tal não pode ser reintegrado.
Então, se não é o amor que chegou ou fim, qual é o virus que assola muitos relacionamentos? O Egoísmo.

“Egoísmo não é viver como queremos; mas é pedir aos outros que vivam da mesma maneira que queremos viver” - Oscar Wilde  


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Comentários

  1. Gostei da sua participação. Eu também sou da opinião que o amor nunca acaba, que se vai renovando todos os dias e toma várias feições ao longo da vida. Se não acreditasse nisso estaria casada 45 anos? Decerto que não.
    Um abraço e um bom domingo

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  2. gostei de todas as definições do amor e por dizer sobre o maldito virus que estraga tudo. A frase do Oscar Wilde resumiu tudo perfeitamente.

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  3. Oi Max,
    bacana as definições do amor que você citou,destas citadas só conhecia três,rs.
    E concordo que o amor muda de forma com o passar do tempo e muitos dos relacionamentos que acabam estão repletos de egoísmo,de querer que o outro seja o que não é.
    Uma ótima semana,abraço,=)

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  4. Max, gostei das suas definições de amor. Tb estou participando desta blogagem.
    Big Beijos

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  5. Caríssima, estamos em sincronia!! Também acho que o egoísmo mata qualquer forma de amor e, não conhecia essa frase de Oscar Wilde. Veja um trecho do que escrevi na minha postagem de participação: "Podemos afirmar que quem ama egoisticamente não está amando, pois não está doando esse sentimento latente. O amor-próprio é tão grande que não quer ser dividido?".
    Estou citando o trecho, pois não sei se terá disponibilidade de interromper suas férias para ler as participações. Mas deveria! A blogagem está de deixar saudades... beijus,

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  6. O amor tem mesmo muitas formas, e assim, vai se transformando.
    Há quem diga que ele se acaba,
    Há quem diga que na verdade, se acabou, é porque nunca existiu.
    Há quem, no egoismo da manipulação, nao perceba nem uma coisa nem outra. Viva somente o amor proprio.

    Muito bacana sua postagem.
    Um abraço

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  7. Adorei Max!
    O fechamento está brilhante:
    «o amor é como a água: não se parte, somente muda de forma conforme o recipiente no qual é vertido. O amor não se desintegra; e como tal não pode ser reintegrado. Qual é o virus? O Egoismo.»
    Grata por estar conosco nesta coletiva. Foi muito gratificante o compartilhar de perspectivas.
    Abraço além-mar.
    Rute

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  8. É bem isto. O amor que sentimos, que temos continua a existir em nós, ainda que, o relacionamento seja complicado, e que tenha que por fim. O amor continua em sua exuberância de formas!

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  9. Esses muitos amores que sentimos em determinadas fases de nossa vida ou por pessoas diferentes...continuará sempre sendo o amor.Nos tornamos egoístas quando não conseguimos dar espaço para os demais.Infelizmente isso acontece em algumas fases da vida, mas mais adiante percebemos que não era amor.
    Paz e bem

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  10. O egoísmo é uma praga que assola no universo e causa tantos males.Bela participação.

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  11. Acho que ele se reintegra quando quebra um ciclo vicioso, quando atinge uma oitava maior.

    Beijos,

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  12. Olá,
    "UMA GOTA DE ORVALHO NA BORDA DO CÂNTARO"

    Extremamente cansada mas reintegrada... cheguei hoje da Missão...
    Sou-lhe grata e a Deus por ter dado tudo certo.
    Obrigado por termos chegado ao fim da BCAP.

    AMAR O OUTRO É RENUNCIAR POSSUÍ-LO, MESMO MORTO".
    Abraços fraternos de paz

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  13. Max, mas que artigo bonito. Não conhecia e embora prefira as peças mais políticas, fiquei sensibilizada com o final "Mas a questão é que o amor é como a água: não se parte, somente muda de forma conforme o recipiente no qual é vertido. O amor não se desintegra; e como tal não pode ser reintegrado." muito bonito!

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