O Dilema da Designação do Hezbollah como Grupo Terrorista

Monte Líbano e Anti-Líbano de Antal Ligeti

Há cinco níveis de vigilância:
1. Nível desconectado (está totalmente desligado do que o rodeia).
2. Nível relaxado (atento ao que o rodeia, ainda que se divertindo).
3. Nível focalizado (observa atentamente um potencial perigo)
4. Nível de alerta máximo (ameaça confirmada, necessita de agir).
5. Nível comatoso (estado de choque, incapaz de agir).

A França e a UE parecem estar desconectados no que toca ao Hezbollah.
Os Estados Unidos da América e Israel pediram à Europa que designasse o Hezbollah (Partido de Deus) como uma organização terrorista. A Europa até agora tem-se recusado a fazê-lo: França argumentou que "proscrever [o Hezbollah] como uma organização terrorista ilegal poderia desestabilizar o Líbano e a presente coligação governamental, da qual o Hezbollah faz parte" e também porque é uma organização social; a Europa rejeita a medida porque "iria violar o acordo de trocas comerciais bilateral, de 2002, entre a Europa e o Líbano".

A explicação francesa reflecte a sua total desorientação no que toca a Organizações Terroristas Híbridas; e a justificação europeia não só é inaceitável (já que em 2002 o Hezbollah ainda não pertencia ao governo libanês; por isso, se houve violação do acordo foi por parte do Líbano, cujo governo violou o artigo 2 do pacto comercial, ao permitir que um grupo terrorista se juntasse a si) como também é o prelúdio de uma futura absolvição política (já que o acordo de trocas comerciais bilateral entre a EU e a Palestina, na verdade, financia uma outra Organização Terrorista Híbrida em nome do desenvolvimento humano em território [ilegalmente designado] "ocupado Palestiniano").

Mas de volta ao Hezbollah...
O Hezbollah é um grupo terrorista que se infiltrou no sistema democrático libanês, de forma a legitimizar as suas acções paramilitares para ter acesso a mais recursos e, de forma a influenciar a política do país (e de além fronteiras, como vê no o caso francês).
A Europa defende que este grupo é uma organização política - então porquê a necessidade de ter campos de treino em lugares como a Nicarágua e o México? Quando agentes dos serviços de informação capturam terroristas que trabalham para o Partido de Deus, eles identificam-se como membros do Hezbollah, não do "Al-Muqawama al-Islamiyya" (A Resistência Islâmica - o braço militar do grupo).
Os estados-membros da UE já foram informados, pelos seus serviços de informação, que a Europa está a ser usada pelo Hezbollah como ponte para a América Latina (onde, segundo Carlos Echeverría [in "Hezbollah and Spain - Presence and Attention: Discreet but Relevant"], "a visibilidade da rede do grupo cresce a olhos vistos"); como lavandaria de dinheiro e, como mealheiro para financiar actividades terroristas à volta do mundo...mesmo assim, os políticos querem jogar xadrês com a vida do cidadão comum.

Os líderes políticos, quando lidam com Organizações Terroristas Híbridas, cometem um erro crasso ao tentarem separar os componentes que gostam dos que desgostam acerca desta sorte de grupos. Por exemplo, diz-se que um dos argumentos que a França apresentou foi que o Hezbollah faz caridade no Líbano...o Embaixador Ron Prosor, perante o concelho de segurança da ONU na semana passada, contra-argumentou que "Designar o Hezbollah como uma organização de caridade é o mesmo que dizer que a Al-Qaeda é uma organização de planeamento urbano devido ao seu desejo de nivelar prédios altos." - talvez a Europa esteja, por ora, a fazer-se de surda porque se sente completamente segura de que não sofrerá um ataque terrorista Islamista na zona-euro; e a França talvez se esteja a fazer de tonta porque se sente demasiado confiante acerca da sua capacidade de prevenção de um ataque terrorista Islâmico (já que as forças de segurança francesas não prendem nem interrogam os suspeitos; simplesmente abatem-nos a tiro...uma estratégia que levanta muitas suspeitas).

Tanto a França como a UE precisam de estar em alerta máximo no que toca ao Hezbollah. A sua recusa em atingir tal nível de vigilância; deveria espoletar uma investigação, por parte de Israel e da América, afim de apurar a verdadeira raiz do Euro-dilema.
A Europa deveria ser incentivada a mudar de posição o mais rapidamente possível, antes que os fãs das teorias da conspiração comecem a formular a hipótese do Hezbollah ser também um Euro-proxy na guerra contra Israel...

Comentários

  1. A europa deveria ter vergonha!

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    1. Olá Carla :D!

      Compreendo o que sentes.

      Obrigada pelo teu comentário, querida :D.

      Um abraço

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  2. Olá, Max!

    O Hezbollah pode relapse e, sem provacação, bombardear Israel; enquanto, as empresas francesas estiverem a ganhar dinheiro no Líbano, o Hezbollah pode relax; e assistiremos silenciados, o improvável collapse do Hezbollah, porque os governos europeus estão-se nas tintas, para actos de terror como o que aconteceu na Búlgaria.

    Ciao, bella mia

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    1. Olá Lenny :D!

      Muito bem dito...é isso mesmo (N.B: adorei as palavras da Madame Lagarde lol).
      Ah, mas a Europa está a começar a sentir o pinch...a Bulgária ontem foi à EU dizer-lhes que tinham que fazê-lo por uma questão de segurança nacional: vamos lá ver no que dará.

      Lenny, minha linda, obrigada pelo teu super comentário :D.

      Beijinhos

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