A Direita Precisa Urgentemente de uma Parteira Política


A Direita, em geral, carece de orientação. Ou vai demasiadamente longe ou perto. Hoje, olhamos para os partidos “conservadores” do mundo e perguntamo-nos quando é que começou a crise. Será que temos uma direita ou um conjunto de partidos que gostam de fingir que se opõem à Esquerda ao mesmo tempo que fazem experiências com quimeras esquerdistas? Meus caros leitores, a Direita precisa de uma parteira.

Força...

A Direita precisa de se organizar e ensinar ao grande público que as Políticas de Direita concordam com o Desenvolvimento Humano: sem capital não se cria, não se constrói, não se compra, não se vende, não se poupa, não se faz coisa alguma. Sem capital não se tem uma economia saudável.

Um liberal defende menos governo, menos impostos, um orçamento de estado equilibrado, um maior sector privado, menos regulamento. (Fonte)

O público precisa de ser educado: a Economia Liberal é o melhor sistema até agora. Ao promover o Liberalismo Económico as pessoas livrar-se-ão do jugo do Estado (que busca controlar a vida das pessoas e sugar os seus recursos, através de impostos altos). É um pecado promover a ideia de que o Estado pode substituir o sector privado enquanto principal criador de emprego. Por isso, façam força para que se estabeleça o Neo-Liberalismo e o Neo-Capitalismo com um twist: ética e iluminação.

Parar...

Aprendam acerca da retirada estratégica. Aprendam quando é que se devem calar.

Ensinou-se ao mundo que um político precisa de estar constantemente a falar, a emitir opiniões, a dizer isto e aquilo – mas é tudo uma distracção. Uma distracção que impede a vida e o progresso de um político. Exemplos: assim que o Presidente Obama começou a aparecer a toda a hora na TV e a socializar em excesso, ele perdeu a habilidade de governar como deve de ser; e foi quando começou a cometer sérios erros. Milo Yiannopoulos fez um trabalho incrível ao mostrar que os jovens de Direita podem ser cool, modernos, dinâmicos, sexy, inteligentes e combativos; contudo, a sua sobre-exposição fê-lo render-se à vaidade, perder-se na sua popularidade e na sua auto-confiança excessiva – a Esquerda, que estava a ter dificuldades em deitá-lo abaixo, usou essa sobre-exposição contra ele e empurrou-o para o chão numa estratégia clássica (i.e. distorção das suas palavras).

O exagero é algo perigoso. Parem, respirem. 3,2,1...

Força...

Depois de se ter estado estrategicamente fora do olhar e ouvidos do público – para reunir a necessária informação para o combate – o político regressa mais forte e mais concentrado que nunca.

Por isso, façam força pela visão de direita, pela visão conservadora, sem medo. Deixem a Esquerda entrar em pânico, gritar, protestar, fazer uma completa figura de parva – o público começa a vê-los pelo que são – mas não joguem o seu jogo porque os eleitores conseguem discernir a hipocrisia a quilómetros de distância (e quando o fizerem, vocês perdem credibilidade junto do eleitorado). O ónus de mostrar aos que votam que são de confiança, que só eles poderão garantir uma economia saudável, que só eles combatem a corrupção corrosiva, que só eles poderão trazer a Luz, recai sobre a direita. A Visão Conservadora é a única capaz de produzir o verdadeiro Desenvolvimento Humano.

Parem...

...De fazer experiências com a utopia esquerdista, parem de piscar o olho à esquerda, e parem de temer a Polícia do Pensamento. Parem de ter vergonha de ser de Direita. Parem de perpetuar as mentiras acerca do Conservadorismo.

Há alguns exemplos de como pessoas de Direita estão a promover a morte do progresso:
  • Marcelo Rebelo de Sousa, o Presidente Português, é suposto ser de Direita e no entanto ele é um verdadeiro apoiante do presente governo socialista (ainda que haja sinais de encobrimento económico). Num sistema parlamentar, um presidente é suposto ser neutro – mas Rebelo de Sousa é tudo menos isso. É algo, mas não é de direita. 
  • Pedro Passos Coelho, o ex-PM português, apoiou Emmanuel Macron para mostrar que é moderado – como é que pode um político equilibrado apoiar um candidato esquerdista questionável cujo plano poderá piorar ainda mais a economia francesa? A não ser que seja esse o plano...
  • François Fillon, alegadamente de Direita, apoiou Emmanuel Macron e pediu aos seus apoiantes que votassem nele – ao fazê-lo perdeu a credibilidade. Imaginem se o Presidente Macron conseguir a maioria parlamentar no mês que vem e arruína a França ainda mais François Hollande – a Direita francesa estará em maus lençóis por muitos anos.
  • John McCain, o Senador republicano dos EUA, está por todo o lado simplesmente para mostrar o quão moderado é. Até foi ao cúmulo de apoiar a Hillary Clinton. Resultado: quase ninguém o leva mais a sério. 
A palavra “moderado”, em política, é nefasta já que sugere um comportamento de Humpty-Dumpty – sentar-se no muro. Um membro da Direita não deve ambicionar a ser moderado mas equilibrado, concentrado, directo ao ponto. Um conservador deve ser claro quanto à equipa na qual joga e deve jogar.

Tenho orgulho em ser de Direita. Tenho amigos de esquerda (de quem gosto imenso), não escondo as minhas convicções políticas (que defendo com fervor racional), rejeito o Politicamente Correcto, e sou combativa. Respeito as opiniões dos meus adversários mas não espero ser amada por eles, não preciso disso para nada – e por essa razão não estou disposta a vender as minhas convicções só para fazer boa figura. Tenho orgulho em ser de Direita.

Por isso, parem. Sejam espertos. Jogar o jogo não significa vender a vossa alma conservadora. Parem de dar espaço ao adversário. Fight Smarter Not Harder.


(Imagem: Judite Decapita Holofernes - Caravaggio)

[As opiniões expressadas nesta publicação são somente aquelas do(s) autor(es) e não reflectem necessariamente o ponto de vista do Dissecting Society (Grupo ao qual o Etnias pertence)]

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